Foto: TJ (Divulgação)
Condenada pela morte do menino Bernardo Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini diz estar arrependida do envolvimento no crime. A afirmação foi feita em entrevista concedida ao programa Domingo Espetacular, da Record TV, na noite de domingo (10).
Graciele, que está presa desde 2014, alega não ter participação direta na morte de Bernardo, mas afirma ter “errado muito”.
– Peguei o caminho da morte, peguei o caminho da destruição. Errei muito [...] Tem muitas coisas que se apagaram da minha cabeça há muito tempo – afirmou.
Sobre o dia da morte
Na entrevista, Graciele conta que o menino tomou remédio por conta própria, o que acabou o levando a morte.
– Bernardo disse que estava com enjoo e dei remédio para ele. De repente, olhei para ele e estava com o olho fechado, saindo uma espuma branca da boca. Abri minha bolsa, comecei a vasculhar e vi uma cartelinha de remédio vazia.
Segundo ela, o desespero com a situação gerou medo de ir ao hospital.
Junto ao pai do menino, Leandro Boldrini, Graciele também foi condenada pelos crimes de tortura, abandono material e submissão a vexame e constrangimento cometidos contra Bernardo. Sobre o relacionamento familiar, ela diz que havia brigas entre eles, mas nunca agressão física.
Confrontada com um áudio em que ela diz que preferia estar na prisão por matar o menino do que continuar convivendo na mesma casa, ela diz ter tido um "momento de raiva".
Relembre o caso
Bernardo desapareceu em 4 de abril de 2014 na cidade de Três Passos, aos 11 anos. Seu corpo foi encontrado 10 dias depois, em Frederico Westphalen, enterrado às margens de um rio.
Quatro pessoas foram condenadas pela morte: o pai, Leandro Boldrini; a madrasta, Graciele Ugulini; a amiga do casal, Edelvânia Wirganovicz, e Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia. Todos foram condenados por homicídio em 2019. No entanto, a sentença de Leandro, considerado mentor do assassinato pelo Ministério Público, foi anulada pelo Tribunal de Justiça em 2021.
Situação dos condenados
Em março deste ano, Leandro Boldrini foi condenado a 31 anos e oito meses de prisão pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado e falsidade ideológica. Ele foi absolvido da acusação de ocultação de cadáver. Em julho, Leandro passou a cumprir a pena no regime semiaberto em Santa Maria.
A madrasta de Bernardo recebeu a maior pena do júri de 2019, sendo condenada a 34 anos e 7 meses de prisão pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado e ocultação de cadáver. Ela está presa desde 2014 e terá direito a ingressar no regime semiaberto em julho de 2026, conforme o Tribunal de Justiça.